Chamado de atenção central de nossa liturgia de hoje é: não seguir facilmente nossa tendência à glória e à honra. Temos, sim, inato em nós o desejo de sermos considerados mais importante que os demais.
Os discípulos haviam expressado o reconhecimento de que Jesus é o Messias. A partir de então o Mestre vai dando as aulas a seus discípulos sobre a maneira como segui-lo. Ele mostra que seu messianismo não corresponde àquilo que está na mente de seus discípulos.
Neste texto do Evangelho somos convidados a seguir Jesus para Jerusalém. Mais uma vez é expresso um completo desencontro entre a sua proposta e os ideais daqueles que o seguem. Continuam insistindo em suas ambições e projetos de grandeza. Suas aspirações estão ainda às orientações terrenas.
Pela terceira vez Jesus fala de sua passagem pela humilhação, sofrimento e morte. Tiago e João se apressam para pedir postos de honra. Os primeiros lugares no reino a ser instalado. Será que escutaram devidamente conversa? Não compreenderam a fala de Jesus? O mesmo deve ter acontecido com os outros discípulos ao analisar a reação deles.
Mais uma vez Jesus se põe a esclarecer a participação no reino. A sorte dos discípulos não será diferente a sorte do Mestre. Jesus lhes apresenta duas figuras para facilitar-lhes a compreensão: o cálice que Jesus tomará é o julgamento do pecado dos povos, em solidariedade com a humanidade pecadora. Uma humanidade que é tiranizada pela injustiça e violência. Sendo servo, Jesus é solidário com os pecadores.
A imagem do Batismo, ele que fora batizado nas águas do Jordão, no qual ele inaugura sua vida pública.
São imagens da participação no sofrimento e imersão na morte de Jesus.
Mas tudo desabrocha na ressurreição do Mestre e discípulos.