Durante a vida pública de Jesus, os apóstolos e outros discípulos – homens e mulheres – tiveram a oportunidade de receberem uma formação consistente. Faziam esforço para assimilar devidamente as lições do Mestre, principalmente observando sua postura. Sabiam eles que não estaria presentes sempre seguindo os passos de Jesus. A partir de algum momento ficariam sem a preciosa presença física de Jesus.
A ascensão de Jesus foi um marco importante e definitivo na vida daquela pequena comunidade que estava se formando. A missão de evangelizar o mundo, mais cedo ou mais tarde, seria da responsabilidade dessa comunidade sem a presença física de Jesus.
Desde o momento da convocação de cada discípulo e a sua subida ao céu para junto do Pai, Jesus teve em mente ciosamente a preparar o pequeno grupo de seguidores para o serviço da evangelização. A mensagem evangélica ia sendo assimilada durante as longas caminhadas, nos discursos dirigidos às multidões e nos debates contra os adversários. A formação dita intelectual, porém, não era suficiente. O nível existencial também teria que fazer parte dessa formação. Isto se deu mediante o exemplo de vida do Mestre. Seu modo de tratar as pessoas, especialmente as pessoas marginalizadas e consideradas pecadoras, era marcante. Seu relacionamento de intimidade com o Pai, sua liberdade diante da lei, sua ação enérgica diante das manifestações de injustiça, eram assimilados pelos seus seguidores. Não admitia que o povo fosse explorado em sua boa-fé.
Com seu retorno ao Pai, concluída sua missão na terra, chegou a hora dos discípulos assumirem a tarefa que aparentemente era apenas dele. A partir desse estágio Jesus agiria por meio deles. A fidelidade ao Mestre seria a força propulsora da ação evangelizadora dos discípulos. Até hoje as motivações são as mesmas e com a mesma energia.