Parece um tanto quanto estranho o fato de Jesus não querer que as pessoas soubessem onde ele estava, nem o que estava fazendo. É que sua preocupação naquele momento de sua caminhada terrena estava direcionada aos discípulos. Queria estabelecer uma intimidade formativa com os doze que escolhera. Afinal de contas, mesmo sem nenhuma ameaça de ninguém, seus dias estavam contados. Como acontece com todo ser humano. Na sua ausência física, seus seguidores deveriam assumir a missão que até então estava com Jesus.
Nesta formação intensa ele se apresentava com toda clareza. Fala da sua entrega total. Pelo fato de não ser aceito devidamente pelos seus compatriotas, tanto civis quanto religiosos, pressentia que seria eliminado à força. Daí a clareza que usava para prevenir seus seguidores. Mas dizia que a morte física não seria o fim. A ressurreição coroaria sua missão na terra, inclusive como garantia de que o mesmo aconteceria com todos os seus que fossem fieis a ele.
A linguagem, aparentemente clara, não estava sendo assimilada pelos discípulos. O patamar de seus desejos e expectativas estava em outra esfera. Sentiu, pois, a necessidade de explicar tudo com outras palavras. Usando, inclusive, a presença de um menino para que pudessem compreender com profundidade.
A ligação do raciocínio de Jesus com o encontro com o Pai, no final do percurso terreno, deve dar para seus discípulos, de ontem e de hoje, a segurança de se está na terra apenas de passagem, construindo um futuro promissor e definitivo.