A identificação comum que temos dessa festa é como o dia do papa, sucessor de Pedro. Mas celebramos também Paulo, o apóstolo dos gentios.
No Evangelho e na primeira leitura, o destaque é mesmo a figura de Pedro. Mas Paulo está presente fortemente na segunda leitura.
Especificamente o texto do Evangelho apresenta Pedro como pedra ou rocha da Igreja. A pergunta de Jesus, feita aos discípulos, está no contexto do retorno dos doze da primeira viagem missionária. Qual teria sido a reação do povo? Além do acontecimento com João Batista, decapitado por Herodes.
Pedro demonstra estar entusiasmado com a experiência. E mais. Percebe quem é o seu mestre. A reação de Jesus, após a profissão de fé feita por Pedro, interpretando o pensamento dos colegas, mostra três dimensões.
Em primeiro lugar reconhece na afirmação de Pedro a inspiração divina: “não foi um ser humano (literalmente ‘carne e sangue’) que te revelou isto.”
Em seguida, muda o nome de Simão, chamando-o, com jogo de palavras, de Pedro. Porque: “sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e o poder (literalmente, ‘as portas’) do inferno nunca poderá vencê-la.”
E mais: Jesus confia a Pedro o serviço de governar a comunidade (as “chaves” e o poder de ligar e desligar, ou seja, obrigar ou deixar livre, poder de decisão), com o aval divino (“será ligado/desligado no céu”). Pedro é convidado por Jesus para ser uma rocha. Quem vai ficar à frente da comunidade tem que ter não apenas uma solidez de caráter. Mas, acima de tudo, uma solidez de fidelidade ao Mestre. Não apenas numa dimensão terrena. Mas algo que encaminha para o encontro definitivo com Jesus na glória do Pai.
Pedro já estaria suficientemente maduro para esta missão? Certamente ainda não. Pois no momento da condenação do Mestre demonstra ser fraco. Nega ser discípulo. Não foi forte a ponto de testemunhar fé no momento do medo.
As chaves que são confiadas a Pedro habilita-o à busca do amadurecimento humano a ponto de indicar, com a vida e palavras, o caminho da construção do Reino. Sua responsabilidade é específica à frente da comunidade. Deve ser elo na mesma dando-lhe solidez.