Os primeiros passos dos discípulos, após os acontecimentos da paixão, morte e ressurreição de Jesus, não foram fáceis. As expectativas da fundação do Reino, para eles ainda com características humanas, caíram por terra. Resta agora a abertura para entender e assumir uma postura nova, onde passariam a ser protagonistas do Reino.
As aparições do Ressuscitado a eles têm por objetivo demonstrar que as palavras do Mestre estão se realizando. As mulheres que vão ao sepulcro, os discípulos de Emaús e os onze reunidos têm a oportunidade de saborear uma nova realidade.
Em primeiro lugar o Mestre Ressuscitado quer incutir-lhes o espírito de paz. Os corações agitados pelo medo têm dificuldade para a reflexão e tomadas de posições mais amadurecidas.
Acostumados que estavam com a outra presença de Jesus, são convocados agora a uma nova realidade. Não só a realidade de contactarem com o Ressuscitado, mas a mudança de postura. É hora de assumir o protagonismo que, até então, era de Jesus. São enviados a serem testemunhas da Ressurreição do Mestre. Não apenas no âmbito de Jerusalém, mas até o “fim do mundo”. Essa missão vai ser assumida a partir do momento em que derem o devido espaço nas próprias vidas para a ação do Espírito Santo. O tempo de vida deles serão consumidos pela missão, não fácil, do testemunho. Levar às suas comunidades a novidade da Ressurreição. Terão aceitação e também rejeições. Serão acolhidos e também expulsos.
Vão, a cada situação, experimentando a companhia do Ressuscitado. Jamais se sentirão abandonados. Mesmo no martírio.
Terão sempre a “bandeira” da misericórdia, assimilada no convívio com Jesus, principalmente na remissão da reconciliação com Deus e com os semelhantes.