No tempo de Jesus o tema das ovelhas sem pastor é algo gritante. Percebe-se que tanto no âmbito da religião judaica quanto entre os administradores do povo há uma displicência com relação a tal tarefa. O povo mais simples parece continuar sem vez nem voz.
Não é novidade. O profeta Jeremias já havia denunciado tal descaso. O mesmo acontecera com o profeta Ezequiel na época do exílio, na Babilônia. Na liturgia desse domingo está acontecendo com o povo no tempo de Jesus. Continua a maioria da população desamparada.
Jesus presencia o descaso dos dirigentes do povo de Israel. Pedagogicamente prepara os discípulos para uma missão pastoral. Eles, certamente apreensivos e simultaneamente entusiasmados se atiram na missão. Ao retornarem relatam ao Mestre a experiência altamente frutuosa, na ótica dos mesmos. Jesus dá mais um passo do mestre pedagogo. Leva-os para que possam descansar. Recobrar as forças, pois a missão continuaria.
São, tanto os discípulos quanto Jesus, são assediados pelas pessoas carentes de apoio.
O princípio pastoral que consiste em por em prática a compaixão pelo povo sofrido fala mais alto. As pessoas que avidamente os procura são devidamente acolhidas. O ensinamento, teórico e prático, pelas coisas do Reino continua.
Jesus não fica angustiado, mas tem o seu suspiro de misericórdia e compaixão. A carência do povo é grande e a quantidade e disponibilidade do público não satisfaz.
A pastoral eclesial é chamada a dar passos, não doutrinais, mas carinhoso. É disso que o povo precisa.