Hoje celebramos a solenidade de Cristo, Rei do Universo. Com esta solenidade encerramos o Ano Litúrgico, como também coroamos a ano dedicado ao laicato. O Concílio Vaticano II lembra-nos que os leigos são “cristãos que estão incorporados em Cristo pelo Batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei, Realizam, segundo sua condição, a missão de todo povo cristão na Igreja e no mundo” (LG 31; DA 209). Nesta celebração estamos sendo incentivados a apresentar ao Senhor Jesus, que é servo e servidor, nossa vocação batismal. Somos todos sujeitos eclesiais. Como sal da terra e luz do mundo assumimos nossa missão de construtores do Reino de Deus.
O texto do Evangelho, proposto para nós no dia de hoje, está no centro da narração do julgamento de Jesus. Duas coisas estão patentes nestes versículos. O primeiro sublinha a realeza de Cristo e seu poder universal sobre todas as coisas. Em segundo lugar revela o amor incondicional de Deus e de seu Filho que se entrega totalmente à vontade do Pai.
No episódio deste trecho do evangelho, Pilatos deixa seu lugar no pretório e se dirige a Jesus para perguntar sobre sua realeza.
Pilatos não quer tirar nenhuma dúvida a respeito de Jesus. É uma curiosidade dele? Está sendo apenas irônico? Jesus tem certeza de sua condição régia. Para Pilatos Jesus é apenas rei no sentido religioso. No curto diálogo percebe-se que ser “rei dos judeus” torna-se a acusação principal apresentada pelos sumos sacerdotes e pelo povo. Para o procurador romano, Pilatos, esse argumento é muito fraco para considerar aquele prisioneiro um criminoso.
Um elemento rico é expresso por Jesus: ele veio dar testemunho da verdade. Essa verdade que na cultura grega pode ser entendida como o desvelamento do que estava oculto. Ainda não visto e percebido com clareza. Estaria, portanto, revelando ou dando testemunho de um mistério, da realeza do Pai. Dentro da cultura hebraica, esse termo assume o sentido de fidelidade. A paixão e morte de Jesus revelam a fidelidade de Deus às promessas, que a instalação do seu Rei, manifestação de sua ação salvífica na história.