Os discípulos, sejam os doze ou os outros homens e mulheres, que se aproximaram de Jesus, durante sua trajetória terrena, estabeleceram uma boa comunhão com o Mestre. Certamente nem todos tiveram a perseverança adequada.
Após sua morte, ressurreição e ascensão tal comunhão teria que ser estreitada. Não seria uma comunhão abstrata. Nem carregada de sentimentalismo. Mas existencial e transformadora. Do mesmo modo que sua comunhão com o Pai atingira a totalidade do ser de Jesus. Assim o cristão passaria a ter uma comunhão de fé a ponto de transformá-la em manifestação do Ressuscitado.
Somos chamados a pautar a vida pelo projeto de Deus. Sem o enraizamento em Jesus ressuscitado torna-se impossível produzir os frutos por ele esperados. Esterilidade ou produção de frutos imprestáveis não pode fazer parte da pauta de vida de nenhum cristão. Quem altivamente declara a própria autonomia se afasta de Jesus e impede que a busca da santidade seja perseguida. A vivência da autenticidade do amor acontece quando se procura a vida de dependência de Jesus.
Daí a compreensão mais profunda da alegoria utilizada pelo Mestre: a videira e seus ramos. As raízes de uma videira só alimenta os galhos que estão ligados a eles pelo caule. E mais: os galhos precisam de receber a devida atenção. Serem defendidos dos fungos como também serem podados. Com isso as forças da videira serão revigoradas.
Mas a atenção deve ainda continuar. Se as uvas, seus frutos, não forem de boa qualidade, a videira deve ser eliminada. Está sendo inútil.
A nós convém estarmos permanentemente ligados ao Ressuscitado. A opção é pessoal. Quem se diz unido a Jesus sem dar os frutos esperados será cortado e lançado ao fogo. Não pode existir formalidade. A escolha do discípulo deve ser definitiva e enriquecedora. Quem produz os frutos esperados e desejados será levado a produzir sempre mais e melhores.